Chico Buarque - Calabar - LP [Disco de Vinil]


Descrição do Produto

  • Em 1973, Chico Buarque viu sua segunda peça teatral, ‘Calabar, o elogio da traição’, ser cancelada às vésperas da estreia
  • Escrita a quatro mãos com o cineasta Ruy Guerra, a obra relativizava a opção do mulato Domingos Fernandes Calabar, que lutou ao lado dos invasores holandeses contra a coroa portuguesa, entrando para a história oficial brasileira como um traidor
  • O general Antônio Bandeira, diretor-geral da Polícia Federal na época, proibiu a montagem, interditou o nome Calabar e até mesmo desautorizou a divulgação da censura. Obviamente, o LP com a trilha sonora da peça não escapou do veto autoritário. Sua liberação ocorreu ainda em 1973, mas apenas após mudanças radicais na capa, originalmente dupla, que estampava a foto de um muro pichado com o nome Calabar e passou a ser branca
  • O título ‘Chico canta Calabar’ também foi trocado para ‘Chico canta’, pois as iniciais CCC lembravam o Comando de Caça aos Comunistas. O disco também sofreu alterações – apenas as versões instrumentais de ‘Vence na vida quem diz sim’ e ‘Ana de Amsterdam’ foram liberadas
  • Personagem que chega ao Brasil em busca de melhores dias, a holandesa Anna ainda escandalizou os censores uma vez mais, ao explicitar seu amor homossexual por Bárbara, cuja canção ‘Bárbara’ teve o verso “no poço escuro de nós duas” subtraído da gravação. Coautor das composições, Ruy Guerra viu a palavra ‘sífilis’ (uma das “heranças lusitanas”) ser suprimida dos versos declamados por ele em ‘Fado tropical’
  • Posterior sucesso de Ney Matogrosso, a marcha ‘Não existe pecado ao sul do Equador’ teve os originais “vamos fazer um pecado safado debaixo do meu cobertor” trocados para “vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor”. De volta com sua capa original, ‘Chico canta Calabar’ representa o auge da perseguição sofrida pelo artista durante a ditadura. Como reação, seu disco seguinte, ‘Sinal fechado’, traria apenas composições de outros, ainda que entre Paulinho da Viola e Noel Rosa, aparecesse um certo Julinho da Adelaide. Mas isso já é outra estória...

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